Machu Picchu não é apenas uma maravilha arqueológica, também é um santuário natural que abriga uma grande diversidade de espécies animais. Sua localização faz com que este lugar faça parte de um dos ecossistemas mais ricos do Peru.
Em Machu Picchu, é possível observar lhamas pastando entre as ruínas, borboletas de cores vibrantes, aves exóticas como o galo-da-serra e animais como a vizcacha ou o urso-de-óculos. Com mais de 400 espécies de aves, dezenas de mamíferos e uma incrível variedade de insetos e répteis, Machu Picchu oferece uma experiência natural única que complementa seu valor histórico e cultural.
Machu Picchu também é um santuário natural que abriga uma grande variedade de animais devido à sua localização entre os Andes e a floresta alta. Alguns dos animais mais comuns que podem ser vistos na região são:
São os animais mais visíveis na cidadela. Caminham livremente pelos terraços e campos. A lhama é um mamífero domesticado originário dos Andes, criado há milhares de anos pelas civilizações pré-incas.
Tamanho: cerca de 1,6 m de altura, peso: entre 120 e 150 kg, pelo: longo e macio, de várias cores (branco, marrom, preto, manchado). São ruminantes e não têm cascos, mas sim almofadas macias que não danificam o solo arqueológico. Foi um animal de carga dos incas, capaz de transportar até 30 kg, sua lã era usada para fazer tecidos, e seu esterco como fertilizante. A lhama também tinha valor simbólico e ritual, sendo representada em cerâmicas e oferendas.
A vizcacha é um roedor andino que parece uma mistura entre coelho e esquilo. É muito ágil e costuma se esconder entre pedras ou estruturas rochosas. Em Machu Picchu, vive discretamente entre os muros incas e pode ser vista descansando ao sol ou pulando entre as pedras.
O tamanho da vizcacha é de aproximadamente 30 a 45 cm de corpo, mais uma cauda longa e peluda, podendo pesar entre 1,5 e 3 kg. Tem pelagem densa e macia, de cor acinzentada ou marrom, ideal para o clima andino. Sua cauda é semelhante à de um esquilo.
As vizcachas são herbívoras, alimentam-se de grama, folhas, musgos e cascas. São muito rápidas e podem dar saltos longos e ágeis. Não são domesticadas nem têm relação direta com a vida humana como as lhamas, mas são parte importante do equilíbrio natural do santuário. Lembre-se que as vizcachas estão protegidas e não devem ser tocadas nem alimentadas.
Em Machu Picchu, costumam aparecer perto de muros antigos, áreas ensolaradas ou rochosas. Você pode vê-las especialmente pela manhã ou no final da tarde.
O galo-da-serra é uma das aves mais chamativas da América do Sul por sua plumagem brilhante e forma de cortejo. Habita as florestas úmidas, incluindo os arredores de Machu Picchu. Embora seja difícil de ver por seu comportamento tímido, é um dos animais mais procurados por observadores de aves. Esta ave mede entre 30 e 35 cm e pesa cerca de 200 a 250 g.
A coloração do macho é vermelho-alaranjado intenso, com asas pretas e uma crista semicircular muito visível, enquanto a fêmea é marrom-avermelhada e mais opaca, sem uma crista tão desenvolvida. Assim, o macho é muito mais vistoso que a fêmea. Essas aves são frugívoras e se alimentam principalmente de frutas silvestres.
Um fato curioso é que os machos realizam um espetáculo de cortejo chamado lek, onde vários machos dançam e competem pela atenção das fêmeas; no entanto, são aves solitárias fora da época de acasalamento.
Podem ser encontrados em áreas arborizadas ao redor do santuário, especialmente em trilhas menos frequentadas como a Trilha Inca, a rota para Mandor ou áreas de Aguas Calientes. São difíceis de observar, mas alguns guias podem ajudá-lo a encontrá-los em momentos de menor fluxo turístico.
Não está em perigo de extinção, mas seu habitat está ameaçado pelo desmatamento. Esta ave está protegida dentro de áreas naturais como o Santuário Histórico de Machu Picchu. É considerada uma espécie símbolo do turismo ecológico e da conservação no Peru.
Os beija-flores são aves pequenas e velozes, conhecidas por sua capacidade de voar em todas as direções e por sua alimentação baseada no néctar das flores. Machu Picchu, por estar localizada entre a floresta e os Andes, abriga uma grande diversidade de beija-flores, muitos deles endêmicos do Peru.
O tamanho dessas aves varia de 7 a 15 cm, dependendo da espécie, e podem pesar entre 6 e 20 g. Possuem plumagem brilhante e metálica, com cores como verde, azul, vermelho ou roxo, e bico longo e fino, adaptado para extrair néctar.
Suas asas batem extremamente rápido, até 80 vezes por segundo, e seu metabolismo é muito acelerado, exigindo alimentação constante. Alimentam-se de néctar das flores, mas também de pequenos insetos para obter proteínas. Essas aves são territoriais, especialmente quando encontram uma boa fonte de néctar. Podem visitar até 2 000 flores por dia, ajudando assim na polinização de plantas nativas.
Algumas das espécies que você pode observar na região são o beija-flor gigante, estrela-esmeralda, beija-flor de garganta rubi, beija-flor violeta e cometa ventre-dourado. Esses beija-flores podem ser vistos em trilhas ecológicas como os Jardins de Mandor, nos arredores de Aguas Calientes ou ao longo da Trilha Inca.
Apesar de seu tamanho diminuto, os beija-flores podem voar até 80 km por dia. Além disso, entram em um estado de "letargia" à noite para conservar energia, chamado torpor.
Machu Picchu abriga uma grande variedade de borboletas de cores intensas e padrões únicos, muitas das quais só podem ser encontradas nesta região do mundo. Estima-se que existam mais de 300 espécies de borboletas na área.
O tamanho das borboletas varia de 2 cm (pequenas) até mais de 15 cm de envergadura. Apresentam cores intensas e variadas (azul, amarelo, laranja, preto, transparente, iridescente). Algumas espécies possuem asas transparentes ou camufladas, o que as torna difíceis de detectar.
Alimentam-se principalmente do néctar de flores silvestres, frutas fermentadas, seiva ou até minerais do solo úmido. As borboletas são mais ativas durante dias ensolarados e úmidos, especialmente pela manhã. Essa espécie contribui para a polinização de plantas nativas.
Entre os melhores lugares para observar borboletas estão os Jardins de Mandor, Trilha Inca, arredores de Aguas Calientes e o Santuário de Borboletas de Machu Picchu.
O urso-de-óculos é o único urso nativo da América do Sul e uma espécie ameaçada. É um mamífero solitário, tímido e difícil de ver, mas habita as florestas úmidas que cercam Machu Picchu. Recebe esse nome pelas manchas claras ao redor dos olhos, que se assemelham a um par de óculos. Essas manchas são únicas em cada indivíduo, como uma impressão digital.
Pode medir entre 1,3 e 2 metros de comprimento e pesar entre 80 e 140 kg, embora os machos possam ser mais pesados. O urso-de-óculos tem pelagem preta ou marrom escuro, com manchas brancas ou amarelas no rosto, pescoço e peito.
Um fato curioso sobre o urso-de-óculos é que ele tem um excelente olfato e, apesar do peso, consegue subir em árvores para se alimentar ou descansar.
Alimenta-se principalmente de frutas, bromélias, orquídeas, folhas, raízes e ocasionalmente de pequenos animais. O urso-de-óculos está ameaçado pelo desmatamento, caça ilegal e expansão agrícola. É protegido dentro do Santuário Histórico de Machu Picchu, da Reserva da Biosfera de Manu e outras áreas naturais do Peru. É muito difícil vê-lo diretamente na cidadela, mas habita áreas florestais como: a Trilha Inca, as florestas do santuário ou arredores de Mandor e Putucusi.
Foram registradas mais de 420 espécies, muitas delas endêmicas e exóticas.